Setor do PMDB pede afastamento de vereador citado em denúncias
Algaci Túlio admitiu que comprava notas para receber da Câmara de Curitiba.
Ele poderá se defender no Conselho de Ética do partido na capital
Um pedido de afastamento cautelar do vereador de Curitiba Algaci Túlio (PMDB) do partido foi protocolado na tarde desta sexta-feira (4) junto ao secretário geral da legenda. O requerimento foi encaminhado pelo presidente paranaense da Fundação Ulysses Guimarães, Rafael Xavier, com objetivo de apurar declarações de Algaci sobre irregularidades no Legislativo.
Algaci foi citado na série de denúncias “Negócio Fechado” da RPC TV e do jornal Gazeta do Povo. Ele confessou que os parlamentares que atuam em meios de comunicação receberam verbas públicas para divulgar ações da Casa. O vereador explicou que os parlamentares compravam notas fiscais de outras empresas para emiti-las em nome da Oficina da Notícia, empresa de Cláudia Queiroz, esposa do ex-presidente da Casa João Cláudio Derosso (PSDB).
“O PMDB como partido politico pretende que seja investigada essa afirmação de vereador sobre a compra de notas, para que não haja duvida idoneidade do partido”, justificou Xavier em entrevista ao G1. O pedido vai passar pela Comissão Executiva Municipal, que terá sete dias para analisá-lo e encaminhá-lo ao Conselho de Ética da legenda, que tem poder de decisão.
Segundo Xavier, a medida visa defender a imagem do PMDB. “Essa questão não é pessoal contra esse ou aquele vereador, mas defender o partido político em si. Pretendemos que o partido não seja mal visto pela sociedade”, explicou. Se punido, Algaci pode até ser expulso da legenda.
A reportagem entrou em contato com Algaci Túlio, que informou que não irá se pronunciar sobre nenhum tema à imprensa.
Funcionamento do esquema
Para que o pagamento aos vereadores fosse realizado, os radialistas precisavam comprovar a veiculação da propaganda e apresentar uma nota fiscal a uma das duas agências de publicidade contratadas por licitação para prestar este serviço. No caso, a Oficina da Notícia e a Visão Publicidade. O vereador explicou como funcionava o esquema.
Algaci Túlio - Através de uma empresa, que a gente comprava nota, que muitos não têm empresa, compram nota de uma empresa de publicidade, pagam o imposto para aquela empresa e vão buscar o dinheiro correspondente ao valor que é dado para você.
Reportagem - Na Visão Publicidade no caso?
Algaci Túlio - Visão Publicidade.
Reportagem – A nota foi comprada de empresas variadas?
Algaci Túlio - Várias empresas que fornecem nota, isso é uma coisa, é uma barbaridade isso na verdade.
Foi Algaci, inclusive, quem sugeriu a criação da Comissão Especial de Inquérito para investigar os contratos de publicidade firmados pela Câmara na gestão de Derosso. Entre 2006 e 2011 foram quase R$ 35 milhões.
 Fernando Castro  Do G1 PR
Foto Vanguarda


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog