Câmara
aprova emenda apontada como reação do Congresso à Lava Jato
RANIER BRAGON DE BRASÍLIA 30/11/2016 01h24 http://folha.uol.com.br/Alan Marques/Folhapress
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), preside sessão de votação
das medidas de corrupção
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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada
desta quarta-feira (30) emenda ao pacote contra a corrupção que inclui na
legislação a possibilidade de juízes e integrantes do Ministério Público de
responder por crimes de abuso de autoridade com base em várias condutas,
algumas de caráter subjetivo.
A emenda, que passou por 313 votos a 132, foi apresentada
nesta terça-feira (29) pelo líder da bancada do PDT, Weverton Rocha (MA),
contou com o apoio do PP, partido com o maior número de congressistas
implicados na Lava Jato, PT e várias outras legendas.
O texto tem que passar ainda pelo Senado e ser sancionado
pelo presidente Michel Temer para entrar em vigor.
A quase totalidade do mundo judiciário, incluindo a força
tarefa da Operação Lava Jato, aponta a emenda como uma clara tentativa de
retaliar e intimidar os investigadores e magistrados responsáveis pelas
apurações do esquema de corrupção da Petrobras.
Vários deles comparam essa medida ao que aconteceu na
Itália com a Operação Mãos Limpas (contra a máfia local), nos anos 90, freada
por ações do Parlamento. Eles argumentam que se a regra entrar em vigor
representará um importante ataque ao trabalho de promotores, procuradores e magistrados.
"A sociedade espera passar a limpo todos os lados,
não pode haver castas", discursou Weverton, para quem a legislação é muito
branda para juízes e promotores que se desviam de suas funções. Essa foi a
tônica do discurso da maioria dos deputados.
"Todos, absolutamente todos, são iguais perante a
lei. E que respondam pelos excessos", reforçou Arthur Lira (PP-AL), que
falou em nome do PP. Ele é um dos principais alvos da Lava Jato, tendo sido denunciado
por corrupção e ocultação de bens.
Durante a madrugada, uma fila de deputados que foram ou
são alvos de investigação se revezaram no microfone defendendo a proposta.
"Quantos de nós foram assassinados, vilipendiados, execrados. (...) Não
queremos acabar com a Lava Jato, queremos acabar com esse empoderamento
absurdo", discursou Alberto Fraga (DEM-DF). Clarissa Garotinho (sem
partido-RJ) aproveitou para reclamar do juiz que determinou a prisão do
paí, Anthony Garotinho.
Um dos poucos a se manifestar contra, o relator do
pacote, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que os deputados estavam votando contra
a operação baseada em Curitiba. "Votei não, não é hora de
retaliação", discursou Major Olímpio (SD-SP).
O pacote de medidas
anticorrupção do
Ministério Público teve o seu texto-base aprovado
na madrugada desta quarta. As emendas estavam sendo analisadas
durante a madrugada.
MORDAÇA
Entre as condutas passíveis de punição pela proposta do
PDT está a apresentação pelo Ministério Público de ação de improbidade
administrativa contra agentes públicos "de maneira temerária". A pena
seria de seis meses a dois anos de reclusão, multa e indenização por danos
materiais e morais.
A apresentação por procuradores e promotores de ação
civil pública "com finalidade de promoção pessoal ou por perseguição
política" também ensejaria punição.
O texto também pretende classificar como crime de abuso
de autoridade de juízes e integrantes do Ministério Público a manifestação em
qualquer meio de comunicação de opinião sobre processos, próprios ou de terceiros,
entre outras condutas.
A iniciativa tem paralelo com antiga proposta do
ex-prefeito e hoje deputado Paulo Maluf (PP-SP), que há alguns anos tentou
aprovar no Congresso uma lei para punir autoridades que supostamente agem
por má-fé, promoção pessoal ou perseguição política.
A proposta estabelece ainda que qualquer cidadão possa
representar contra os membros da magistratura e do Ministério Público,
inclusive investigados.
VEJA A LISTA
Diego Garcia
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PHS
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|
Não
|
Dilceu Sperafico
|
PP
|
PpPtbPsc
|
Sim
|
Edmar Arruda
|
PSD
|
|
Sim
|
Enio Verri
|
PT
|
|
Sim
|
Evandro Roman
|
PSD
|
|
Sim
|
Fernando Francischini
|
Solidaried
|
|
Não
|
Giacobo
|
PR
|
|
Sim
|
João Arruda
|
PMDB
|
PmdbPen
|
Sim
|
Leandre
|
PV
|
|
Não
|
Leopoldo Meyer
|
PSB
|
|
Não
|
Luciano Ducci
|
PSB
|
|
Não
|
Luiz Carlos Hauly
|
PSDB
|
|
Não
|
Luiz Nishimori
|
PR
|
|
Não
|
Marcelo Belinati
|
PP
|
PpPtbPsc
|
Não
|
Nelson Meurer
|
PP
|
PpPtbPsc
|
Sim
|
Osmar Serraglio
|
PMDB
|
PmdbPen
|
Sim
|
Reinhold Stephanes
|
PSD
|
|
Não
|
Rubens Bueno
|
PPS
|
|
Não
|
Sandro Alex
|
PSD
|
|
Não
|
Takayama
|
PSC
|
PpPtbPsc
|
Sim
|
Toninho Wandscheer
|
PROS
|
|
Não
|
Zeca Dirceu
|
PT
|
|
Sim
|
Total
Paraná: 27
|
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