Suspeito de acender rojão que
matou cinegrafista só fala em juízo
12/02/2014
O suspeito de acender o
rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade se recusou a
falar à polícia. Em entrevista hoje (12), o delegado responsável pelo caso,
Maurício Luciano, disse que Caio Silva de Souza manteve o posicionamento de só
falar em juízo.
“Ele não admitiu e nem
negou”, disse Luciano, acrescentando que, apesar disso, o inquérito já está
quase concluído e há provas suficientes de que Caio acendeu o rojão que atingiu
o cinegrafista. “As provas são contundentes e não deixam margens a dúvidas. A
confissão seria apenas para colaborar”, disse ele, complementando que
vídeos da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no município do
Rio, ocorrida na semana passada, mostram que Caio usava a mesma roupa que o
homem que acendeu o artefato.
O delegado garantiu ainda
que há a prova testemunhal do jovem Fábio Raposo, que já teria confessado à
polícia que entregou o rojão para Caio.
Para a conclusão do inquérito,
faltam apenas os laudos periciais e o depoimento de um colega de trabalho de
Caio. O delegado Maurício Luciano disse que os autos deverão ser entregues à
Justiça até a próxima sexta-feira (14).
Caio foi preso na
madrugada de hoje, em uma pousada em Feira de Santana, no interior da Bahia.
Segundo o delegado, a fuga de Caio começou na segunda-feira (10), quando ele
saiu de sua casa, na Baixada Fluminense, e embarcou em um ônibus com destino à
cidade de Ipu, no Ceará, onde moram seus avós paternos.
Na entrevista coletiva,
que durou cerca de uma hora e teve a participação do chefe da Polícia Civil do
Rio, Fernando Velloso, o delegado contou que o advogado Jonas Tadeu, que
representa Caio Silva de Souza, o convenceu a desistir da fuga e se hospedar em
um hotel em Feira de Santana para que a polícia pudesse localizá-lo. O delegado
foi ao local junto com o advogado e a namorada do rapaz. Antes da prisão, a
namorada ainda entrou no quarto para acalmá-lo.
“Ele estava acuado e
assustado em um quarto muito pequeno. Ele disse que não comia há dois dias e
não reagiu à prisão”. O delegado disse ainda que a família de Caio é muito
pobre e que ele se preocupa com a mãe, que está desempregada.
O chefe da Polícia Civil,
Fernando Velloso, disse que não é possível provar, por enquanto, a ligação de
Caio e Fábio com qualquer grupo criminoso ou político, mas que investigações
estão sendo feitas nesse sentido.
Depois de passar por exame
de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, Caio será encaminhado para o
sistema prisional do estado. Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio doloso
qualificado, por uso de explosivo e explosão em via pública. Se for condenado,
a pena pode ultrapassar 30 anos de prisão.
*Colaborou Cristiane Ribeiro
Caio Silva de Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, é apresentado pela policia do Rio
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